voltando ao egipto. o egipto só me tirava o sono em vésperas de exames de história. já o tinha encontrado no technicolor dos dez mandamentos e na história do pim pam pum sobre a maldição da múmia. depois por outros sítios. nos segredos das pirâmides. no blake & mortimer. na morte no nilo. com o eça na inauguração do canal do suez. e muito cedo no conflito israelo-árabe. deixei de acreditar no menino jesus quando tomei conhecimento da disputa entre israel e os árabes. foi há muito tempo e temos envelhecido juntos. árabes e judeus. o médio oriente e eu. a minha descrença nos homens.
o egipto agora acordou para o mundo. o mundo também acordou. é preciso actualizar o trivial pursuit. deitem fora omar shariff e o seu bridge à jivago. a dalida e o incêndio da biblioteca. nasser e o coro dos hebreus. o egipto veio gritar para a rua e para a cnn. tocaram a nossa costela egipciana. a praça tahir é maior do que o largo do carmo. alguns procuram o capitão maia em cada tanque em riste. não sei se acordaram as múmias. não sei como se regulam estas cheias do nilo. talvez transbordem os crocodilos. talvez moisés seja rejeitado pela filha do faraó. vejam a história de bilal. uma nave de pedra paira sobre a cidade. dentro da pirâmide suspensa hórus de hierakonópolis é julgado por evasão. por heresia. por rebelião. é preciso evitar que hórus escape uma vez mais. o filho de osíris não pode descer novamente à cidade. nas vielas do cairo os descendentes de sem e de cam aguardam. mas talvez não saibam que ao deus tudo é permitido. até soldar-lhes próteses de aço às pernas. ou à cintura.
(escrito em 1 de Fevereiro)
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