seca verde

isso da pegada ecológica começa a enervar-me. apanha-se como um tique e não há regresso. a espécie quer diluir-se numa parte por milhão. a minha espécie quer ser homeopática. que raio de fading out. temos de pensar em grande. fazer em grande. ir em grande. e cuidar da arqueologia do futuro. ninguém respeitará uma civilização morta de gnomos verdes. merecemos uma entrada decente na enciclopédia galáctica. eu faço o que posso. eu quero deixar uma pegada na lama. e escrever cem números primos no foz côa. ou nas ventas dos gigantes de páscoa. depois multem-me se quiserem. eu enxergo um gigantesco aquaparque no grand canyon. lojas de conveniência mesmo por cima do pólo magnético. olho à volta e vejo toda a gente em bicos de pés para não importunar o planeta. ai separa o papel. ai a pilha que baba. ai as luzes da sala. ai há blu ray no comércio justo. isso. não puxes o autoclismo e queixa-te que cheiras mal dos pés. não te acanhes. pinta de vermelho o parque dos glaciares. talvez se veja da lua. talvez sirva à coca-cola. seca o mediterrâneo. aterra os alpes. tira as rolhas dos vulcões. não me venham é pedir para ser discreto. foi para isso que deixámos de chapinhar na lama? que combatemos o herpes labial? que inventámos o vinil e o paris-dakar? ora bolas. um bigode na mona lisa. a amazónia para o paint-ball. colossais falos pneumáticos ao longo da falha de santo andré. ao menos pensarão que tínhamos alguma piada.

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