o chico e a marisa passam férias em buarcos - ou no monte?
o nascimento e a morte estão escritos na palma da mão - de jorge, milton, jobim?
marcelo e jerónimo preferem o sousafone ou o tema de lara - que manuela escuta com deleite?
Eis fraco material para reflexão.
Diz António:
O sindroma da sabedoria dissonante
Se você vai no comboio
e quer ver a paisagem de ambos os lados;
Se você está a ver a televisão
e sofre pelo que está a perder nos outros canais;
Se você entra numa biblioteca
e fica em agonia pelos livros que não vai poder ler;
Se você ouve Mozart
e gostaria de ouvir a música toda;
Se você sabe pouco
e gostaria de saber tudo;
Se você vai deste lado da vida
e gostaria de ir de todos os outros
então é um caso perdido
sofre de dissonância cognitiva.
O sindroma da sabedoria dissonante
Se você vai no comboio
e quer ver a paisagem de ambos os lados;
Se você está a ver a televisão
e sofre pelo que está a perder nos outros canais;
Se você entra numa biblioteca
e fica em agonia pelos livros que não vai poder ler;
Se você ouve Mozart
e gostaria de ouvir a música toda;
Se você sabe pouco
e gostaria de saber tudo;
Se você vai deste lado da vida
e gostaria de ir de todos os outros
então é um caso perdido
sofre de dissonância cognitiva.
entardecer na cidade (variações)
I
Cai a tarde docemente,
cai aos poucos, sem vontade
cai no campo e na cidade
cai ao ritmo de quem sente
II
Cai leve, levemente
como quem chama por mim
será chuva, será gente ?
(...)
Fui ver: era a Tarde.
III
Ontem, pelas seis horas, caiu a Tarde numa travessa do Bairro Alto. Solícitos, os transeuntes levantaram-na e sacudiram-lhe o pó do casaco. Ainda trôpega (mas mal agradecida), a Tarde rumou ao Cais do Sodré e, sem qualquer explicação, sorveu uma boa porção da água do rio.
- Amanhã volto cá, rugiu para os utentes do cacilheiro que acabava de encalhar junto ao cais. - Volto cá e bebo o resto. E arrotou de naftasisfação. Depois, perdeu-se nas ruas dos bares.
Mas não voltou para cumprir a ameaça. Hoje, quem mora da outra banda atravessou sem molhar os pés e o dia morreu subitamente. À noite vão contar histórias de cacilheiros no rio e enjoos nas manhãs de temporal.
Cai a tarde docemente,
cai aos poucos, sem vontade
cai no campo e na cidade
cai ao ritmo de quem sente
II
Cai leve, levemente
como quem chama por mim
será chuva, será gente ?
(...)
Fui ver: era a Tarde.
III
Ontem, pelas seis horas, caiu a Tarde numa travessa do Bairro Alto. Solícitos, os transeuntes levantaram-na e sacudiram-lhe o pó do casaco. Ainda trôpega (mas mal agradecida), a Tarde rumou ao Cais do Sodré e, sem qualquer explicação, sorveu uma boa porção da água do rio.
- Amanhã volto cá, rugiu para os utentes do cacilheiro que acabava de encalhar junto ao cais. - Volto cá e bebo o resto. E arrotou de naftasisfação. Depois, perdeu-se nas ruas dos bares.
Mas não voltou para cumprir a ameaça. Hoje, quem mora da outra banda atravessou sem molhar os pés e o dia morreu subitamente. À noite vão contar histórias de cacilheiros no rio e enjoos nas manhãs de temporal.
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