Diz o Suspiro:
Acender uma vela numa igreja já não é o que era… este pequeno gesto foi desvirtuado. Confesso a minha profunda surpresa quando por 50 cêntimos me foi oferecido o brilhar de duas pequeninas luzes no topo de um cilindro vermelho - uma moderna e pobre imitação de uma vela - o encanto da pequena chama tinha sido abusivamente trocado pelo lampejar de uma luzinha.
Podem-me apresentar uma lista de todos os inconvenientes (o cheiro, o fumo, a sujidade, etc, etc…) mas não me convencem, lamento. Os breves momentos aí dedicados são minutos nossos, uma pequena pausa nas distracções do mundo onde, sem dar nada em troca, pedimos tudo… para nós próprios e para aqueles de quem gostamos. E isto não se sente ao pressionar num botão.
É de esperar que a confissão, a comunhão e tantos outros gestos e rituais temperados pelos séculos, religiosos ou não, se desmaterializem e fiquem ao alcance de um mero login e password.
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